Estivemos a tirar informações sobre a espécie dos Melros e ficámos a saber que os pintainhos têm a mania de sair do ninho ainda antes de voar. Isto cria todo o tipo de más situações possíveis:
1- Espatifar-se no chão - Se o ninho for demasiado alto, eles podem cair de uma altura que cause a sua morte ou partir uma asa ou pata. Num meio florestal eles têm o chão fofo da floresta, com os fetos e musgos, etc, para além de podem cair para o ramo mais baixo da árvore e ali ficarem a ser alimentados pelos pais. Mas na cidade há cimento, mármore, tijoleira e ladrilhos, o que só serve para os matar e magoar.
2- Ser comido por predadores - Gatos, cães, ratazanas, etc... são os seus maiores inimigos. Comem-nos que é uma beleza. Além do mais os seres humanos também podem ser um perigo porque os carros podem esborrachá-los e as pessoas podem pisá-los sem querer.
Que fazer, então, com estes bichinhos? O ninho está numa varanda de um 2º andar, bem à beira da prateleira do nosso armário de vasos. Mais uns centímetros e eles cairão lá abaixo, no chão de tijoleira do quintal. É morte certa.
...viram como está bem à beira? Basta um passarinho saltar à esquerda e... «era uma vez um melro».
(Esta fotografia foi tirada quando os ovinhos ainda não estavam lá. O ninho não pode ser mexido porque, se o fizermos, os pássaros largam os filhotes. É só para verem a sua posição).
Eis como fizemos:
Afastámos o canteiro e colocámos lá um caixote, bem em frente ao ninho. Claro que há sempre a possibilidade de que eles saltarem para lá do caixote. E «era uma vez um melro» outra vez... mas se ficarmos de olho à espreita e estivermos vigilantes podemos pegar neles (agarrados com um pano macio) e colocarmos os bichinhos no chão da nossa varanda. Temos é que estar atentas! Eis o panorama da beira da varanda, com os pratinhos de comida e tudo:
Também colocámos cartões ao longo das grades da varanda. Eles podem andar pelo chão e, como são pequeninos, passar facilmente por entre as grades. e...«era uma vez um melro». Por fim abrimos uma clareira na varanda, para que eles possam circular à vontade, sem se sentirem presos (os Melros não gostam do cativeiro e não sobrevivem a ele).
Este chão terá um pano macio (sem pelos e fios!) para amparar a queda e para eles se sentirem à vontade. Está a secar na corda da minha outra varanda.
Estas medidas darão a eles tempo emprestado para crescerem um pouco mais, sem se perderem pelo caminho. Apenas 30% dos Melros chegam ao primeiro ano de vida. Muitos se perdem pelo caminho com a fome, doenças, predadores e saídas inoportunas do ninho. Vamos lá a ver se estes sobrevivem...