Aberto a toda a criatividade

Este tópico traz uma proposta:

Prepararmos o Natal em conjunto e festejarmos entre nós.
Estamos todos afastados uns dos outros mas podemos reunirmo-nos aqui começando a viver o espírito de Natal e a preparar a forma de o recebermos.

O tópico é inteiramente livre obedecendo, apenas, ao tema: Natal

Isto quer dizer que podem colocar uma receita culinária de vossa invenção ou de família, podem escrever um conto de natal ou um poema, ou partilhar algum de que gostem, podem postar uma fotografia alusiva, podem mostrar as decorações que forem fazendo e partilhar dicas, ou os presentes caseiros que estejam a preparar, podem contar tradições das vossas terras, etc, etc, etc...

A seguir ao Natal, todos os posts deste tópico serão reunidos em revista como aquelas que estão no tópico de recordações e podem fazer download dessa revista.

Também todos quantos aqui colaborarem receberão um «pacotinho» de Natal com artesanatos nível 5 de cada fábrica, mais smoothie de laranja e manga e + chutney de maçã.
Não são presentes sumptuosos, eu sei, são apenas lembrancinhas de Natal para os  Amigos que fazem esta Casa.

Olá a todos!

Oi Clarinha, há muito tempo pra mim, o Natal passa despercebido. As razões não tem importância mesmo pq, nem eu mesma sei dizer..

Deixo aqui um poema de Vinicius de Morais.

Espero que gostem.


Poema de Natal


Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeus
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Bom dia Amigos!

Clarinha vou contribuir para o sucesso deste tópico mas sem intenção nas ofertas que para mim não precisa de enviar.

Olá frequentadores deste forum, sou novata aqui.
Como a Clara sabe eu não nasci em Portugal, foi na Ucrânia, mas já sou portuguesa e o Natal lá é completamente diferente. O Natal não se celebra no dia 25 de Dezembro, é celebrado no dia 7 de Janeiro e não se recebem presentes nesse dia. O "Pai Natal" entrega a todas as crianças no dia 31 de Dezembro.  Antes de recebermos os presentes do "Pai Natal" ainda existe uma espécie de festa em que as crianças escrevem uma carta ao São Nicolau que é dia 19 de Dezembro, se a criança se portou bem durante o ano recebe presentes se não, recebe uma verga para ser castigada, e esses presentes são postos debaixo da almofada.
Espero que tenham gostado

Soninha, abias que Vinicius é um dos meus Poetas preferidos? Obrigada pelo poema, não conhecia.

Beatriz, eu sei que nunca colaboras em nada por causa de haver ou não prémios sejam grandes ou pequenos. Mas prendinha de Natal é prendinha de Natal, por mais pequenina que seja é de boa vontade. Obrigada pela tua participação. Adorei.

Alina, obrigada por contar-nos das suas tradições. Sabia da diferença de datas no festejo de Natal mas não sabia que a festa de S. Nicolau era antes, pensava que coincidia com o vosso Natal. Achei muito interessante tudo. Só espero que a tradição da verga para castigo tenha caído em desuso ou não seja usada... Discordo totalmente de castigos físicos na educação das crianças (salvo uma palmada a tempo e horas ( mas nada de violência) quando ainda não dá para raciocinar com elas...)

Pelo que eu sei é que algumas crianças receberam isso de presente mas não sei se os pais bateram na criança, mas também dizem isso que é para meter medo. Eu também espero que não se ofereça nada disso aos filhos, por reguilas sejam não merecem tal castigo.

Exactamente, Nicole. Só esse facto e estar junto de quem ama e a amam já merece a pena festejar!!!

Que prenda deliciosa, maninha! Tenho a certeza de que ele irá adorar!!! Só mesmo tu, para inventares uma coisa dessas!

Beijinhos a todos os que estão a colaborar com posts para esta quadra natalícia. O meu talento, como vocês já sabem, é embrulhar presentes (como já mostrei no ano passado). Assim sendo, é só depois do dia 25 de Dezembro que mostrarei os meus dotes especiais para a coisa...

Sónia você é mesmo prendada..para além de original está linda, espectacular.

Adorei!

Olá Clarinha e Sónia para passei para deixar um bjinho.



Eu queria ser Pai Natal
e ter um carro com renas,
para pousar nos telhados
mesmo ao pé das antenas.
 
 
Descia com o meu saco
Ao longo da chaminé,
Carregado de brinquedos
E roupas, pé ante pé.
 
 
Em cada casa trocava
Um sonho por um presente.
Que profissão mais bonita
Fazer a gente contente.
 
 
 

Luísa Ducla Soares

Olá, Beatriz, obrigada:

Amei.

Já que estamos a partilhar poemas alusivos, deixo aqui este, de Fernando Pessoa, ou antes, do seu heterónimo Alberto Caeiro:

Num meio-dia de fim de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.

Tinha fugido do céu.
Era nosso demais para fingir
De segunda pessoa da Trindade.
No céu tudo era falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
No céu tinha que estar sempre sério
E de vez em quando de se tornar outra vez homem
E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
E os pés espetados por um prego com cabeça,
E até com um trapo à roda da cintura
Como os pretos nas ilustrações.
Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
O seu pai era duas pessoas -
Um velho chamado José, que era carpinteiro,
E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque nem era do mundo nem era pomba.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter.
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
E queriam que ele, que só nascera da mãe,
E que nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o Sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E que toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando a gente as tem na mão
E olha devagar para elas.

Diz-me muito mal de Deus.
Diz que ele é um velho estúpido e doente,
Sempre a escarrar para o chão
E a dizer indecências.
A Virgem Maria leva as tardes da eternidade a fazer meia.
E o Espírito Santo coça-se com o bico
E empoleira-se nas cadeiras e suja-as.
Tudo no céu é estúpido como a Igreja Católica.
Diz-me que Deus não percebe nada
Das coisas que criou -
"Se é que ele as criou, do que duvido." -
"Ele diz por exemplo, que os seres cantam a sua glória,
Mas os seres não cantam nada.
Se cantassem seriam cantores.
Os seres existem e mais nada,
E por isso se chamam seres."
E depois, cansado de dizer mal de Deus,
O Menino Jesus adormece nos meus braços
E eu levo-o ao colo para casa.

Até que nasça qualquer dia
Que tu sabes qual é.

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?

[Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa), Poema do Menino Jesus]

Que bom, que bom, que bom!!!
Olha a nossa Manela! Que saudades...
Obrigada pelo lindo poema, de um dos Poetas preferidos cá de casa...
Que maravilha.
Já agora, e pedindo desde já perdão pelo abuso, venho pedir à manelinha se coloca aqui mesmo neste tópico, a receita dos maravihosos coscorões que costumamos comer na nossa terra. Sei que se comem mais no Carnaval mas também há quem os coma pelo Natal, em vez de filhós. Em minha casa era assim mas nunca os consegui fazer bem...
Beijos.

Olá minha doce amiga, peço desculpa não ter mais tempo para passar neste Cantinho! Agora e mais agora o tempo é pouco, razões que nem vale a pena falar, talvez depois.

Prometo trazer algo natalício a este cantinho melhor do que o que vou deixar hoje rsrs

Para já, fica este miminho:

Obrigada, Soraia, fiquei muito feliz com a sua participação. Cá a espero sempre que quiser visitar-nos.
Espero que não esteja com algum problema grave.
Um beijo grande.

E agora, fica aqui uma «coisa/que/faz/de/conta/que/é/poema » que eu escrevi para o concurso do fóru oficial do Farmerama, ilustrado por um desenho que a minha filha Sónia fez, especialmente para o ilustrar.
Como sabem, tinha de rimar, tinha de não ultrapassar as 30 linhas e tinha de, obrigatoriamente, conter as palavras Amor,Paz,Natal,Família, Jantar, Presentes, Neve.

Postei lá mas.... esqueci de colocar o meu nick e o meu ID.
Claro que foi, e bem, eliminado, Regras são regras e eu aceitei-as, por isso a elas fiquei sujeita. Esqueci-me, pronto.

Mas trago agora o que fiz para os meus Amigos que o quiserem ver. Como aqui não tenho de obedecer ao nº de linhas nem de destacar as plavras obrigatórias, fiz os espaços como entendia e não destaquei.




Os animais e as plantas
que habitam na floresta
decidiram às tantas
virem juntar-se à festa.


Festa que é do Senhor
que vence todo e qualquer mal
que veio nos trazer Amor
nesta noite de Natal,


Encheram todo um cabaz
de frutos e seivas quentes
e foram cantando em Paz
para entregar os presentes


Apesar da alegria
longa foi a caminhada
até aos pés de Maria
até à Família Sagrada.


Senhora que deste à luz
Quem nos ensina a amar
Mãe do doce Jesus
eis aqui o teu jantar,


E da nossa floresta,
beleza que cai de leve
trazemos também uma cesta
de flores cobertas de neve.

Aqui deixo uma "montagem" que fiz com o Poema que a Clara fez, junto com o desenho feito pela sua filha Sónia. Ambos estão lindos... grande pena não poderem estar a participar do concurso a que se destinavam (nessas horas, as regras me dão certa indignação! rsrs). Mas a existência do concurso valeu, pois contribuiu para tal inspiração.
Deixo acima a imagem!
Beijos e abraços carinhosos a todos!!!
Valéria

Amei, Valéria. Lindo, lindo, lindo. E cheio daquele carinho que me faz tão bem!!!
Obrigada, minha querida.

Clara que pena,
está lindo o seu poema
a imagem da Sónia linda 
com a montagem da Valéria ficou mais bonito ainda!

Clara Pimentel escreveu:Amei, Valéria. Lindo, lindo, lindo. E cheio daquele carinho mque me faz tão bem!!!
Obrigada, minha querida.

De nada Clara, foi um prazer realmente!
E ficará guardado, com muito carinho, numa
pasta que tenho em meu computador que se chama
"Lembranças 2014".

Por esses dias ainda venho postar o desenho
que estou fazendo e o da minha filha. São bem simples,
mas feitos de coração!

Sinto muito Clarinha! Seu poema esta lindo! Dessa vez, não temos o que dizer, foi uma pequena falha de vossa parte onde somente quem te conhece de coração entende e realmente nada poderia ser feito.

Cá fico à espera, Valéria, obrigada desde já.
Obrigada pelo carinho, Beatriz e Sónia. Sim, o erro foi meu, assumi-o logo, não havia mesmo outra coisa a fazer. Paciência, e já deu para colocar aqui na nossa casinha que é o sítio por onde passam meus melhores amigos.
Beijos!!!